Doping x Atleta
Resultados incríveis, velocidade e força fora do padrão e
uma performance que desperta suspeita. Eis que surge outro resultado
positivo, dessa vez para o doping. Será que ele é trapaceiro? Será que ele é o
único naquela competição? Qual a vantagem de utilizar substâncias que alteram o
desempenho?
Em tempos de olimpíadas é muito comum ouvirmos falar de doping, uma
seleção de substâncias que quando utilizadas trazem algumas vantagens
competitivas para o usuário.
A entidade que monitora e acompanha o código mundial antidoping é
a WADA – World Anti-Doping Agency,
em todos os esportes e níveis territoriais.
·
Estimulantes: agem no sistema nervoso, aumentam o estado
de alerta e capacidade física.
·
Narcóticos: não melhoram o desempenho físico, mas
aliviam e retraem a sensação de dor como a fadiga.
·
Agentes anabolizantes: usados para
ganhos de força e potência muscular,
Essas substâncias reduzem o tempo de recuperação do atleta.
·
Diuréticos: usados por atletas que têm peso como
divisão de categorias. Podem mascarar outras
substâncias no exame antidoping.
·
Betabloqueadores: Diminuem a frequência cardíaca e
a pressão arterial, normalmente usados em esportes que requerem precisão e
concentração como tiro e arco e flecha.
·
Hormônios peptídeos e análogos: propiciam
aumento de massa e potência muscular.
Essas substâncias geralmente são utilizados de 3 a 6 meses antes do
período de competição, dessa forma, dificilmente serão apontadas no exame
antidoping. Qual a vantagem para o atleta?
Alguns atletas fazem uso desses agentes químicos para aumentar força e rendimento nos treinos, o que garante uma evolução
mais rápida. O período de uso dos agentes químicos (3 a 6 meses antes
da competição), assegura que o competidor alcance o auge da sua forma física e
esteja “limpo”, ou seja, com o corpo livre dessas substâncias.
Atletas de esportes com
torneios prolongados, como futebol, vôlei e
basquete, passam por exames antidoping realizados de forma aleatória
(normalmente sorteios), diferente daqueles que competem em esportes de
temporada como atletismo e natação, (o exame antidoping é realizado normalmente
nos vencedores das provas e em alguns casos realizados quando atleta está em
suspeita.)
O exame é simples, realizado pela coleta da urina do atleta depois
da competição. A amostra é analisada em laboratório e passará por novas
análises se algo for constatado. Se confirmado o uso de algumas das substâncias
acima relacionadas o competidor vai a julgamento.
Quando um atleta é descoberto no teste
antidoping estamos acostumados a ouvir “eu não sabia”, “culpa do
remédio”, “o médico indicou” e por ai vai, na tentativa de minimizar a
penalidade. Fato é que em muitos esportes como atletismo, natação e ginástica o
uso e a descoberta de doping são mais frequentes.
Polêmicas do doping
Sempre há um grande alvoroço quando atletas caem no doping e as críticas
pesadas a esses atletas os prejudicam, fazendo- os perder patrocínio e espaço
em clubes.
Caro leitor, é evidente que a maioria deles usam algo. Para o atleta
aquele esporte é seu ganha-pão, ele precisa mostrar resultados (para clube e
patrocinadores), tem de estar entre os primeiros, suportar as dores e a
exaustão dos treinos e ter uma recuperação mais rápida nas lesões.
Na minha opinião, não podemos criticar ou julgar um atleta porque ele
foi pego no doping. Por isso quando vejo na TV mais um atleta no antidoping,
não vejo como algo terrível, afinal atleta
não é feito só de química.
Não estou incentivando o uso, apenas mostrando que é algo comum
(infelizmente) no esporte de alto rendimento. Se o atleta foi pego no exame tem
sim que ser punido, mas não pode perder seus méritos anteriores ou ser julgado
como se fosse um trapaceiro.
Você mesmo deve conhecer várias pessoas ou já ter utilizado esses tipos
de substâncias unicamente por estética, o que é muito pior, pois está mais
propenso aos efeitos colaterais. Atletas têm médicos e monitoramento o tempo todo.
Uma das maiores polêmicas do doping mundial foi a do ex-atleta de
atletismo Ben Johnson, que venceu os 100m rasos com o tempo 9’79”, nas
olimpíadas de Seul (1988). Em seu livro “Seul to Soul&# 8221;,
ele diz que foi sabotado no exame e deixa claro:
“Como
muitos outros atletas, parte do meu programa de treinamento incluía uso
sistemático de esteroides. Admito abertamente que usei esteroides em
meu treinamento e fui bem orientado na utilização deles. Para estar limpo
nos exames de doping, sempre fui muito cuidadoso para interromper o uso antes
das grandes competições. Imagine, então, a minha surpresa quando me disseram
que eu havia atestado positivo após os 100m em Seul. Era
simplesmente inacreditável”
Ou seja, muitos atletas (para não dizer todos) usam ou já usaram alguma
vez em sua carreira substâncias químicas. Mas a competição envolve também
estratégia, técnica, equilíbrio psicológico e treino, muito treino. A
substância por si só é incapaz de fazer um atleta vencedor.
E você o que acha dos atletas que não passam no antidoping: são
trapaceiros, querendo enganar a todos sobre sua performance? Ou só estão
seguindo uma metodologia que o esporte de alto rendimento descobriu para
evoluir mais e mais rápido?
Bom Treino
Post a Comment