Cuidados com os idosos durante o treinamento
Algumas vezes me chega a
informação de algum acidente com o cliente idoso durante o treinamento. Isso
ocorre por um erro de avaliação ou uma falsa percepção de autoeficácia do
cliente?
Existem algumas
ferramentas de avaliação específicas que podem (e devem) ser utilizadas com
clientes idosos que tenham sua independência preservada e sejam ativos, como o
teste de Resistência Máxima (1RM) ou o próprio teste de VO2 máx. Em idosos mais
fragilizados podemos utilizar a escala de equilíbrio e mobilidade de Tinetti,
ou o teste Time Up and Go (TUG), entre outros. Quando elaboramos um programa
com base em uma avaliação as chances de erro diminuem, porém durante a
avaliação descobrimos o que a pessoa não é capaz de realizar. Fica claro que
devemos sim ir além e propor desafios e é exatamente aí que surge a auto
percepção de eficácia do idoso. Muitas vezes esse clientes não pretendem deixar
de fazer uma tarefa, porque eles têm certeza de que são capazes e tentarão
executá-la e, se você não estiver muito atento com o que pode ocorrer durante a
execução da tarefa, poderá ser surpreendido por um acidente, grave ou não.
Muitas vezes o idoso
restringe seu repertório de movimento dentro de uma margem de segurança para
não correr riscos e, assim, conseguir realizar seus afazeres sem se expor a
eventuais acidentes, não é incomum o idoso por insegurança deixar de sair de
casa, até mesmo ir na padaria da esquina ou qualquer outro estimulo que obrigue
ele a fazer algo que julgue “perigoso” e fazendo isso, seu mundo começa a ficar
restrito e acelerando assim o ciclo vicioso do envelhecimento. Quando nosso
objeto é reintroduzir esse indivíduo a uma vida mais ativa e participativa
temos que propor desafios e devemos observar como por exemplo, sua base de
apoio, explorar movimentos com essa base próximo do seu centro de gravidade,
esgotando todas as possibilidades com o máximo de segurança. Dessa forma,
podemos evoluir para uma base mais fechada com movimentos de maior amplitude e
mais longe do seu corpo.
Existem inúmeras
maneiras de explorar o movimento, incluindo os aparelhos de musculação, indo de
exercícios menos complexos para os mais complexos, que exijam mais aprendizado
motor e com isso mais coordenação.
Pensando assim, fica
muito mais fácil partir do que ele ainda não é capaz e ir adquirindo novas
habilidades e recursos. Atuando assim, o cliente entra em contato com suas
limitações e explora novas possibilidades de movimento. Neste processo, ele
aumenta sua confiança e também faz ele experimentar de manaria mais assertiva e
segura o que ele não consegue fazer, trazendo para a consciência as suas
limitações que muitas vezes são ocasionadas pelo próprio processo de
envelhecimento.
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