A importância da avaliação física antes do início do treinamento
Os
testes ergométrico e ergoespirométrico, como método de avaliação da capacidade
física, contribuem para definir a intensidade do exercício mais adequada à
capacidade física do indivíduo, e embasar a progressão do exercício ao longo do
treinamento. A diferença básica da aplicação desses métodos na prescrição de
exercício físico está no fornecimento de uma avaliação mais precisa. A
ergoespirometria, além de possibilitar a medida direta do consumo de oxigênio
de pico, permite a determinação do início aeróbio e do ponto de descompensação
respiratória, que são extremamente importantes para o corredor.
No
caso da ergometria, o consumo de oxigênio de pico é calculado e não medido,
enquanto o limiar aeróbio e o ponto de descompensação respiratória não podem
ser determinados. Portanto, a falta de uma avaliação ergoespirométrica não é
impeditiva, mas, sem dúvida, restritiva na programação de treinamento físico
para os corredores.
Em
geral o exercício físico que comprovadamente promove prevenção e melhora do
condicionamento físico são os exercícios aeróbios que envolvem grandes massas
musculares, movimentadas de forma cíclica, de baixa a moderada intensidade,
realizada com frequência de três a cinco vezes por semana, por um período de
tempo mais longo, entre 30-60 minutos.
A
avaliação funcional pela ergoespirométria deve ser o método de escolha. No
entanto, isso não impede que a prescrição de treinamento para o corredor seja
realizada com o teste de esforço convencional, utilizando-se a medida direta de
frequência cardíaca, registrada pelo eletrocardiograma no repouso e no pico do
exercício, a partir de cálculos indiretos ou de fórmulas.
Muitos
são os métodos de avaliação física para diagnósticos, investigação e
estratificação de risco de eventos, sendo a história, o exame físico e o
eletrocardiograma responsáveis por praticamente 50% das hipóteses diagnósticas
corretas. Todo corredor com mais de 35 anos de idade ou que tenha
apresentado algum evento durante o treinamento físico deve ser submetido a
investigação de isquemia e problemas cardíacos. O teste ergométrico, a
cintilografia miocárdica e, nos casos necessários, a cinecoronariografia devem
ser indicados.
A
prevenção é o único tratamento dos eventos durante os treinos. Em muitos casos
há sintomas premonitórios como a síncope, palpitações e dor torácica. A
história familiar de eventos em jovens corredores e anormalidades clínicas e
eletrocardiográficas impõe investigação rigorosa. Com isso, podemos concluir a
importância destes exames prévios nos corredores, com o intuito de acidentes
nos treinos e competições.
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